domingo, 28 de junho de 2015







Cater Pillar:
"— Who are you?"
Alice:
"— I hardly know, Sir. I know who I was, but I think I must have changed."

Cater Pillar:
"— Quem é você?"
Alice:
"— Mal sei, Senhor. Eu sei quem eu era, mas eu acho que devo ter mudado."











Tá bom, talvez eu esteja um pouquinho louca, só um pouquinho.
Pela enésima vez nessa semana os meus pais receberam uma ligação da escola, uma reclamação de como eu ando distraída durante as aulas, mas o que eu posso fazer? É inevitável para mim me concentrar em uma professora tagarela enquanto ela aponta para um quadro repleto de atividades. Minha mente vagueia sem permissão, eu não tenho culpa!

Mas não é por isso que eu me considere um pouquinho maluca, é por causa do que eu vi quando pisquei os olhos. Me sentei no sofá e encarei minhas mãos de forma culpada enquanto os meus pais falavam em tom rude sobre como eu sou distraída e de como isso me prejudica na escola.
Eu vi um buraco escuro, muito escuro. Isso não me assustou, nem um pouco, o que me pegou de surpresa foram as orelhas brancas que eu vi surgirem do buraco, eram orelhas de coelho, mas um coelho grande demais para ser considerado normal. Fechei meus olhos mais uma vez e me concentrei no coelho, ele saiu lentamente do buraco escuro e eu me espantei ao ver na minha frente White Rabbit, o cara da minha escola. Mas se fosse ele, vestido com suas roupas bem passadas e arrumadinhas, eu não teria me assustado, acontece que ele usava uma fantasia estranha, ele vestia um terno alinhado da época vitoriana, e usava orelhas brancas e felpudas de coelho, sem falar no relógio bizarro que ele tirava do bolso do paletó, me controlei para não rir.


— White? O que está usando? — perguntei risonha, ele sorriu simpático para mim.

— Estamos atrasados, senhorita. Corremos agora, eu explico depois — ele falou rapidamente, já me puxando pela mão e me levando para a escuridão do buraco, eu não consegui enxergar nada, apenas sentia a mão de White na minha.

— White? White? Por que está tão escuro? — perguntei temerosa, ouvi a doce risada de White bem a minha frente.

— Logo saberá, senhorita. Eu prometo.

Abri meus olhos mais uma vez e o tempo pareceu descongelar, meu pai continuou a frase de onde parou e eu ofeguei assustada. Eu imaginei White vestido de coelho vitoriano? Congelei o tempo enquanto conhecia o buraco escuro para o qual White me levara? O que acabou de acontecer?


— E, pela milésima vez, como você consegue passar de ano? Sério, esse é um mistério que todos queremos saber, Allin — esbravejou meu pai, o encarei estupefata.

— D-d-desculpe, eu... — respirei fundo e olhei do meu pai para minha mãe, que aguardavam uma resposta plausível. — Eu não sei, papai. Eu apenas sei o que fazer durante as provas, não sei explicar como.

— Querida, eu realmente acho que você deve considerar a possibilidade de conversar com um psicologo, talvez você sofra de Déficit de Atenção, nunca saberemos se você não ceder e procurar um médico — falou minha mãe, usando o tom doce e amável de quando quer convencer alguém a fazer algo.

— Mãe, eu não estou louca. Okay? Esqueça! — esbravejei me pondo de pé e saindo da sala, ambos suspiraram revoltados e me deixaram ir para o quarto.

Tranquei a porta do quarto e me joguei em minha cama, fechei os olhos por um milésimo de segundo e vi as orelhas brancas de White novamente, me assustei, porém logo me recompus e voltei a fechar os meus olhos. White ainda estava segurando minha mão, mas agora o buraco já não estava mais escuro, estávamos em uma sala cheia de portas, portas de todos os tamanhos; pequenas, grandes, minúsculas, enormes. Olhei em volta bem atenta e surpresa, White sorriu e soltou a minha mão.


— Senhorita, eu tenho uma missão para você, agora — disse White, encarei-o intrigada e ele agitou a mão, apontando para as portas.

— Missão? Que tipo de missão? — perguntei receosa, White riu, sua doce e melodiosa risada quase me fez rir também, mas eu estava confusa demais para rir com ele.

— Eu tenho aqui uma chave, senhorita. Sua missão será encontrar a porta que será aberta por essa chave — falou White, ele ergueu a mão me mostrando a chave dourada, a chave parecia ser antiga, tinha detalhes pequenos e delicados que davam um ar elegante à chave, e ela era grande. — Mas... — ele continuou quando estiquei a mão para pegar a chave — você tem apenas 10 minutos para encontrar a porta, caso contrário irá ver tudo tão grande e majestoso quanto as árvores frondosas de uma floresta gigante. Lembre-se apenas que o tamanho de um objeto não quer dizer que o seu par seja como tal.

Guardei as palavras de White e a chave pousou em minha mão, mas quando eu voltei a encarar White, ele havia desaparecido, simplesmente sumiu. Francamente!


— White Rabbit, onde você está? — gritei assustada. — White? — tentei mais uma vez ao olhar em volta, foi quando realmente fiquei apavorada.

As portas que haviam quando entramos na sala haviam se duplicado, agora havia cerca de cem portas de todos os tamanhos a minha volta, um letreiro enorme brilhava no teto, marcando o tempo que ainda me restava, eu já havia perdido um minuto.
Não pensei duas vezes, corri na direção da primeira porta que vi e enfiei a chave na fechadura, mas a chave era grande demais, corri para a seguinte porta e, novamente, a chave era grande demais. Tentei mais vinte portas antes de perceber que as portas grandes tinham as fechaduras pequenas ou grandes demais para a minha chave, então testei todas as portinholas pequeninas que se quer chegavam aos meus joelhos.
O relógio marcava 20 segundos quando eu consegui achar a porta que acolhia a minha chave perfeitamente, girei a chave e a porta produziu um clique alto demais, a porta se abriu sozinha e eu caí sentada no chão frio, surpresa demais para continuar perto daquela porta minúscula.

— White? White! Eu consegui, o que faço agora? White, cadê você? — gritei para qualquer lugar a minha volta, não obtive resposta. — Ah, meu Deus! White... — choraminguei assustada, a paisagem além da porta não era muito convidativa.

O breu dominava tudo além da porta, eu não estava muito ansiosa para me enfiar em um lugar escuro sem White para segurar a minha mão, sabe se lá o que me aconteceria lá dentro. Então eu continuei sentada no chão frio, encarei a portinhola aberta para o breu completo, olhei em volta na sala e reprimi um grito quando vi o teto se aproximar de mim. A sala estava encolhendo, meu Deus, o teto me esmagaria se eu não me mexesse rápido.
Me pus de quatro e engatinhei para dentro da porta, imediatamente minha visão ficou escura, mas eu continuei a engatinhar, minhas mãos e meus joelhos deixaram o piso frio e tocaram algo fofo e molhado, me assustei momentaneamente, mas continuei a engatinhar, logo percebi que eu estava tocando terra molhada e, possivelmente, grama fresca e úmida. Continuei a engatinhar no escuro, até que bati de cabeça em algo duro e quente, levantei a cabeça e White estava em pé bem na minha frente, eu havia batido em seus joelhos cobertos pela calça social preta e impecavelmente limpa.


— White! — guinchei irritada, ele riu, dessa vez eu não resisti a sua risada deliciosa e logo ri junto com ele.
— Senhorita, você achou a porta. Meus parabéns! — ele esticou a mão e me ajudou a levantar. — Perdoe-me por abandoná-la, mas há momentos em que você terá que se virar sozinha.

— Sim, tudo bem. Eu entendo — resmunguei limpando os joelhos e as mãos, então percebi que eu não estava usando meus jeans surrados, mas sim um vestidinho rodado azul bebê com detalhes pretos que ia até os joelhos, era muito bonito e combinava com meu tom de pele, White sorriu ao me ver notar o vestido.

— Está linda, senhorita. Espero que tenha gostado tanto quanto eu deste vestido, combinou com a sua pele — disse White pomposamente.
— Obrigada, é muito bonito, devo admitir.

White então estalou os dedos, chamando minha atenção de repente, só então percebi que estávamos em um lugar diferente, havia a terra fofa e úmida que formava uma trilha, grama e plantas ao nosso redor, cogumelos gigantes e árvores frondosas para todos os lados, sem falar nas lindas flores que cheiravam maravilhosamente bem, fiquei admirada, olhando a nossa volta boquiaberta e encantada com a linda paisagem.

— Mas... Minha nossa, que lugar lindo — murmurei encantada, White sorriu orgulhoso.

— Vamos, senhorita, quero mostrar-lhe o meu mundo. Não temos tempo o suficiente para apreciar a paisagem, já estamos atrasados — disse White, ele então ofereceu-me seu braço, segurei em seu braço coberto pelo blazer perfeitamente alinhado e ele me guiou pela trilha de terra fofa e úmida.

— White, o que estou fazendo aqui? — perguntei enquanto olhava ao nosso redor, apreciando a paisagem exótica.

— Bem, está aqui para nos conhecer, senhorita. Somos todos muito acolhedores, não se preocupe, exceto por alguns casos a parte, você irá adorar o nosso mundo — explicou White, sua voz era firme e quase rouca, fiquei hipnotizada com a forma como sua boca fina e avermelhada se movia.

— Ah sim, claro. Mas... Que mundo é esse, especificamente? — perguntei intrigada, White sorriu e meu coração palpitou mais rápido com a visão dele.

— O País das Maravilhosas, senhorita — ele falou como se fosse óbvio, e sorriu mais uma vez para mim.

— Está brincando? — perguntei incrédula e divertida. — Eu estou em um livro de contos de fadas ou o quê? Estou em um livro do Lewis Carroll? — desdenhei olhando em volta mais uma vez, os cogumelos começaram a crescer, tanto que já estavam maior do que nós.

— Quem é Lewis Carroll, senhorita? — perguntou White, confuso.

— Ah, esqueça. Pode me fazer um favor? — perguntei, ele assentiu com a cabeça. — Pode parar de me chamar de 'Senhorita'? É tão estranho.

— E quer que eu a chame de Allin? — ele perguntou, esboçando um sorrisinho tímido adorável.

— Sim, por favor. É assim que todos me chamam no mundo real — murmurei distraidamente, White engasgou.

— Perdão, mundo real? Nós estamos no mundo real, senhorita! — encarei-o enviesada e ele se corrigiu — Digo, Allin.

— Obrigada. E não, esse não é o mundo real para mim — murmurei, ainda espantada com o tamanho dos cogumelos a medida que avançávamos na trila de terra fofa.

— Mas é para mim, Allin! Esse é o meu mundo real, o nosso — falou White, em um tom levemente irritado, ele gesticulava com a mão, indicando a paisagem ao nosso redor.

— Tudo bem, desculpe. Indelicadeza a minha sugerir que esse não é o mundo real — murmurei arrependida, obviamente esse é o mundo dele e eu não quero insultá-lo.

— Tudo bem, só não volte a repetir isso, algumas pessoas não levariam esse comentário tão bem quanto eu — ele avisou, assenti e apertei seu braço suavemente.

— Não repetirei, prometo! — garanti docemente, ele voltou a sorrir.

White tirou o relógio do bolso interno de seu blazer e conferiu as horas, então ele pareceu ficar mais apressado que o normal e apertou o passo, me fazendo andar mais rápido ainda, não falei nada, apenas o segui.
Andamos em silêncio por um longo tempo, os cogumelos já mediam quase dois metros de altura e as árvores foram sumindo aos poucos, vi alguns animais passarem ao nosso lado, coelhos, gazelas, patos, animais de todos os tipos.
Então uma névoa densa tomou a atmosfera, White pareceu mais ansioso ainda, a névoa deixava tudo esbranquiçado e difícil de enxergar. Fiquei apreensiva e tensa. White sorriu de forma embriagada.


— White, onde estamos? — perguntei intrigada.

— Vamos conhecer alguém especial, Allin. Confie em mim — ele falou docemente.

— Eu confio — sussurrei temerosa, White riu.

— Essa é a Floresta Densa, senhorita. Uma pessoa muito sábia vive aqui — explicou White com um sorriso divertido e intrigante nos lábios.

— De verdade? Bem, estou ansiosa para conhecer essa pessoa — murmurei olhando a nossa volta constantemente.

Uma melodia suave se fez notar, era como se alguém estivesse cantarolando bem ao pé do meu ouvido, White ficou mais sorridente ainda. A melodia era tão fascinante que eu comecei a me sentir leve e sonolenta, me sentia embriagada e feliz, White praticamente flutuou até chegarmos à frente de um cogumelo especialmente gigante.

Olhei para o topo do cogumelo e lá estava um rapaz sentado de pernas cruzadas, no meio de suas pernas havia um narguilé produzindo bastante fumaça, o rapaz parecia leve e contente, esboçava um sorriso lunático e eu o reconheci, aquele era Cater Pillar, que coisa, meus colegas todos vivem nesse mundo extraordinário?


— Cater Pillar? — perguntei incrédula. O rapaz sorriu. Ele usava um macacão azul com anteninhas na cabeça, havia dobras no macacão que o fazia parecer uma lagarta enorme, achei a fantasia engraçada.

— Eu deveria conhecê-la? — ele perguntou, em seguida sorriu.

— Bem, não sei. Eu mesma deveria me conhecer, mas desde que cheguei aqui tudo o que sei é que me chamo Allin Broke — murmurei sentindo-me confusa, Cater riu.

— Allin Broke — ele falou em um tom alto e firme, não parecia estar chapado, pelo contrário. — É um imenso prazer recebê-la em nosso País das Maravilhas.

— O-o-obrigada — gaguejei impressionada, encarei-o estupefata e quase esqueci que White estava ao meu lado.

— Cater Pillar, nós temos que chegar ao fim da Floresta Densa e precisamos da sua autorização — disse White, Cater riu.

— É claro que precisa, meu amigo! Quem é que não precisa — ironizou Cater, todo risonho e orgulhoso.

— O que vamos fazer, afinal? — perguntei confusa, sem conhecer os reais motivos para estar nesse mundo estranho, os dois me encararam fixamente, saia fumaça da boca de Cater, aquilo me fez sorrir.

— Ninguém explicou a você, menina tola? — perguntou Cater, sua voz calma, mas ao mesmo tempo firme e alta.

— Não mesmo. E eu não acho que sou tola — murmurei dando de ombros.

— Ah, mas que desastre. Pensei que você estava encarregado disso, White — falou Cater, direcionando seu olhar para White, que corou um pouco com a atenção recebida, o que eu achei muito fofo.

— Não, Cater. Eu estou apenas apresentando-a ao nosso País das Maravilhas. Penso que você deva dizer algo para tirá-la do escuro — murmurou White, encarei os dois confusa, não entendendo nada com nada. — E rápido, já estamos atrasados — lembrou White, voltando a checar o seu relógio de bolso.

— É claro que estão, você sempre está atrasado, White. Deveria sentar-se comigo qualquer dia e relaxar um pouco — propôs Cater mostrando o narguilé para White, que sorriu e negou com a cabeça veemente.

— Você sabe que não posso. Agora, vamos logo com isso, Cater — falou White, impaciente.

— Tudo bem, tudo bem. Allin Broke, você percorrerá todo esse lindo País, conhecerá pessoas, visualizará uma vida nova, amará cada pequeno pedaço do nosso mundo, mas no final você terá uma escolha difícil a fazer. Ficará conosco, menina? Ou buscará a saída de nós? Voltará para sua vida ilusória, ou ficará por aqueles que realmente a amam? Busque aqueles que demonstram um pouco mais de compaixão, sua caminhada será curta, com as pessoas certas ao seu lado você conseguirá fazer a escolha certa.


Então Cater se calou, esperei que ele dissesse algo mais, no entanto, ele apenas enfiou a ponta do narguilé na boca e puxou a fumaça, White tocou meu ombro.


— Podemos ir agora, Cater? — perguntou White, Cater apenas acenou com a mão e a fumaça se dispersou, deixando à mostra a trilha de terra fofa para seguirmos.

— Dê uma chance ao seu coração, menina. Esse é um mundo diferente do que você conhece — foram as últimas palavras de Cater.


White me empurrou e continuamos a andar pela trilha de terra fofa, tentei olhar para trás algumas vezes, mas a névoa já voltara a encobrir Cater Pillar e o seu cogumelo gigante. Segui em silêncio ao lado de White, ele apertou meu ombro suavemente e não falou nada.


— Ele... Vou... Vamos voltar a vê-lo? — perguntei depois de um tempo, White sorriu.

— Eu espero que sim. A Floresta Densa costuma aparecer nos momentos mais inesperados. Cater Pillar dá conselhos ótimos na maioria das vezes, você deveria ouvi-lo... — murmurou White. Sua postura relaxou um pouco, acho que a fumaça do narguilé e o encontro com Cater Pillar o ajudou a ficar menos estressado.

— Isso vale para o meu mundo também? Porque lá ele também não fala coisa com coisa quando o vejo na escola — murmurei divertida, White riu.

— É, eu acho que isso vale para o Cater Pillar do seu mundo também.


A trilha de terra fofa e úmida continuava até a vista não alcançar mais, porém os cogumelos foram sumindo aos poucos. As árvores voltaram a dominar o cenário, juntamente com as flores e as plantas exóticas. White voltou a me oferecer o braço e eu me agarrei a ele com gosto.


— Você disse que no seu mundo havia um Cater Pillar e, quando nos vimos pela primeira vez, você sabia o meu nome... Se importa se eu perguntar como? — perguntou White, depois que andamos um bom tempo em silêncio.

— No meu mundo há um Cater Pillar, só que sem fantasia de lagarta azul. E no meu mundo também há um White Rabbit, só que sem fantasia de coelho branco — murmurei acariciando a lapela de seu paletó lindo, ele sorriu incrédulo.

— Fantasia? — ele perguntou divertido, ambos rimos.

— Deixe para lá, não quero insultá-lo de novo, acho que piso em ovos quando falo do meu mundo aqui — murmurei olhando a paisagem em volta, as árvores ficavam cada vez mais frondosas e lindas. — Então, para onde vamos agora?

— Vamos para o chá da tarde — ele falou animado, e checou o relógio de bolso pela terceira vez.

— Chá da tarde? Mas ainda está longe de ser 6 da tarde — murmurei confusa, o horário britânico para tomar chá são às 6 da tarde.

— Ah, não se preocupe, conheço uns amigos que pararam no tempo e vivem tomando chá da tarde — falou White, com um sorriso misterioso brotando nos lábios, fiquei intrigada. — Acho que eles contribuirão na sua decisão de permanecer ou sair do nosso País das Maravilhas.

— Jura? Bem, ainda não tenho uma opinião formada sobre isso — murmurei apertando seu braço, ele sorriu.





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